O oncologista Dr Marcelo Uchoa comenta os resultados atualizados de osirmetinibe adjuvante no CPCNP IB – IIIA com mutação EGFR após ressecção tumoral completa e quimioterapia adjuvante quando indicada.
ADAURA é um estudo global, multicêntrico, fase 3, que tinha o objetivo de avaliar a eficácia e segurança do osimertinibe, um inibidor de tirosina-quinase de 3ª geração em comparação com placebo no cenário adjuvante de câncer pulmão não-pequenas células (CPNPC) estágio IB – IIIA completamente ressecados com mutação de EGFR.
Foram randomizados 682 pacientes, na proporção de 1:1 para receber osimertinibe ou placebo por até 3 anos. O endpoint primário foi sobrevida livre de doença (SLD) em pacientes com estágio de doença II-IIIA e os endpoints secundários foram incluir SLD na população global (IB-IIIA), sobrevida global, segurança e qualidade de vida.
Durante o Congresso ESMO 2022, foram apresentados os dados atualizados sobre a sobrevida livre de doença (SLD) e os padrões de recorrência da doença após 2 anos de acompanhamento do estudo ADAURA.
O osimertinibe no cenário adjuvante continuou a demonstrar benefício estatisticamente significativo em SLD com um HR de 0,23 em estágio II-IIIA (redução de 77 % no risco de progressão de doença ou morte no grupo do tratamento experimental). A SLP mediana foi de 65,8 meses para osimertinibe adjuvante e 21,9 meses no braço do placebo.
O benefício também se manteve na população all-comers IB – IIA com redução de 73% no risco de progressão de doença ou morte em todos os subgrupos analisados.
Houve melhora estatisticamente significativa da SLD no sistema nervoso central (SNC), manteve-se o perfil de segurança já estabelecidos e mais uma vez reforçando que o osimertinibe deve ser o tratamento padrão para pacientes com CPNPC estágio IB-IIIA com mutação de EGFR após a ressecção completa com ou sem quimioterapia adjuvante.
Dr. Marcelo Uchoa conclui que esses dados reforçam osimertinibe como tratamento adjuvante de pacientes com CPNPC ressecados, estágios clínicos IB-IIIA e presença de mutação do EGFR, pois o estudo tem embasamento para a utilização dessa estratégia de tratamento, e ainda demonstra a necessidade de testagem dos pacientes com doença inicial operada com intuito curativo, para que haja a possibilidade de oferecer o osimertinibe adjuvante a esses pacientes.
Referência:
1 – Abstract LBA47 – M. Tsuboi et al. Osimertinib as adjuvant therapy in patients (pts) with resected EGFR-mutated (EGFRm)stage IIB-IIIA non-small cell lung cancer (NSCLC): Update results from ADAURA. ESMO Annual World Congress – ESMO 2022